O que podemos fazer pelos Oceanos? | Museu do Amanhã

O que podemos fazer pelos Oceanos?

Exposição Principal
O oceanógrafo David Zee em palestra no Observatório do Amanhã

As “ilhas de plástico” que se acumulam no Oceano Pacífico Norte, o aquecimento e a acidificação os oceanos, a proliferação anormal de algas. O alerta está aceso: as atividades humanas estão impactando fortemente uma fonte extraordinária de produção de oxigênio, de fixação de gás carbônico (CO2) e de produção de alimentos. É preciso corrigir o rumo, lembrou o oceanógrafo David Zee, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), ao participar da série de palestras "A ciência nos bastidores do Museu do Amanhã", nesta quinta-feira (18).

– Antes de nós perguntarmos o que Fulano ou Beltrano vai fazer, temos que perguntar o que nós podemos fazer para mudar a situação. No caso do plástico, é preciso desenvolver sistemas para reciclá-lo e reutilizá-lo, num ciclo fechado. Fazer com que a utilização desses insumos tenha uma vida maior. Olhem para todos os lados. Não há fórmula a ser copiada. Mas podemos pegar pedacinhos de soluções e aplicar à nossa realidade – disse Zee, um dos consultores do Museu.

Em sua apresentação, no Observatório do Amanhã, o oceanógrafo lamentou a poluição da Baía de Guanabara, palco das competições de vela nos Jogos Rio 2016, que começa em exatos 168 dias. E destacou que a realização do megaevento será importante para jogar luz no que precisa ser melhorado.

– Os Jogos Olímpicos vão trazer um enorme legado: vamos passar a perceber coisas que não percebíamos. O Rio tem duas vocações: a indústria do petróleo, que infelizmente não vai bem, e a indústria do turismo. Não é o turismo de entretenimento, é o turismo ecológico. Estamos jogando fora essa nossa vocação. Não podemos poder esse potencial – destacou, acrescentando que as profissões terão que se especializar também nos oceanos, a nova fronteira de expansão de conhecimento.

– Descobrir e inovar são palavras de ordem para o futuro. Já que vamos avançar para os mares, precisamos ter uma relação amigável. Não podemos cometer os mesmos erros que cometemos em terra.

Mar: fonte de inspiração para as cidades

David Zee afirmou que um pequeno aquecimento das águas do mar já é suficiente para causar enormes desequilíbrios – “uma elevação de 0,85 graus afeta sensivelmente um sistema extremante importante”. O especialista comparou os oceanos a “verdadeiras cidades” e disse que os mares podem nos ensinar a resolver problemas cotidianos.

– Como resolver o problema das grandes cidades? Com ciclagem, troca. Os congestionamentos são exemplos dessa falta de circulação. Os oceanos ensinam. Podem nos ajudar a buscar soluções para grandes cidades. O Museu do Amanhã é o espaço das discussões. Quem pensa no amanhã está à frente dos outros em termos de conhecimento.

Sobre o "Ciência nos bastidores"

A série de palestras "A ciência nos bastidores do Museu do Amanhã" reúne os cientistas que participaram da elaboração da Exposição Principal do Museu em conversas informais com o público. Estudiosos das áreas de Ciências Exatas, Humanas e Biológicas, ligados a universidades do Brasil e do exterior, desvendam aos visitantes os detalhes e desafios envolvidos no planejamento da exposição.

As inscrições para o evento são gratuitas e não dão acesso às exposições do Museu. Os interessados podem se inscrever até cinco horas antes de cada palestra por meio de um formulário online, e o número de vagas está sujeito a lotação do espaço. Os encontros acontecem sempre às terças e quintas-feiras, às 17h30, até o dia 25 de fevereiro.

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.