Somos um ecossistema | Museu do Amanhã

Somos um ecossistema

Exposição Principal

Por Thaís Cerqueira*

A complexidade do DNA, a exuberância da Mata Atlântica e os ecossistemas microbianos que cada um de nós carrega estão presentes no segundo momento da segunda parte da Exposição Principal do Museu do Amanhã: o Cubo da Vida.

Como em todos os três momentos da seção “Terra”, o cubo da Vida mostra em seu exterior o que é comum, e no seu interior o que é diverso. Nesse caso, o DNA, conhecido como a “molécula da vida”, está recobrindo todo o cubo por ser o material genético que contém a informação para o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos. O cubo logo chama a atenção por trazer 6 sequências genéticas em sua face externa, numa profusão de letrinhas (A, T, C, G) que representam as bases nitrogenadas que formam o DNA.

Essa “receita da vida”, o DNA, permite responder questões relacionadas à evolução de todas as espécies. Em outras palavras, a evolução nos ajuda a entender a história da vida na Terra.

– O estudo do DNA também é indispensável na busca de respostas sobre a origem e a transmissão de doenças genéticas, assim como possibilita o diagnóstico das mesmas – lembra a bióloga Eliana Beluzzo, uma das consultoras do Museu do Amanhã.

Baías de Guanabara e Sepetiba

Dentro do Cubo da Vida, podemos ver as conexões de dependência entre fauna e flora de um ecossistema, nesse caso a atenção especial foi dada às bacias hidrográficas da Baía de Guanabara e de Sepetiba, num raio de 100 quilômetros ao redor do Museu do Amanhã. Uma seleção de fotos da fauna e da flora mostra a biodiversidade de nossa da Mata Atlântica, num trabalho exclusivo feito para o Museu por Cristian Dimitrius.

Os interativos do Cubo da Vida permitem ao visitante conhecer mais profundamente esse bioma e seus ecossistemas associados. Cada ambiente abriga um conjunto de seres vivos cuja sobrevivência depende da qualidade e da interação com os outros seres e com o ambiente. O visitante pode também alterar o ecossistema de diferentes maneiras e observar os efeitos de sua escolha.

Mesmo tendo sofrido inúmeras agressões pela ação humana ao longo dos anos,asbaías de Guanabara e Sepetiba ainda sobrevivem. No entanto, a precariedade no tratamento de esgotos e a ocupação desordenada do solo são desafios que se impõem.

– É necessário nos conscientizarmos de que somos parte integrante da biodiversidade, e que dependemos dela para vivermos em ecossistemas equilibrados, além de compreender que por ser fonte de inúmeros serviços ambientais, ela necessita ser utilizada de maneira sustentável – afirma a bióloga Maria Alice dos Santos Alves, consultora da seção.

Ecossistema interno

Cada ser humano pode ser considerado um ecossistema em si. Nosso corpo possui uma enorme quantidade de organismos invisíveis, microscópicos, que são essenciais para nós.O biofísico Henrique Lins de Barros, também consultor da área, lembra que quis deixar bem claro esse conteúdo no cubo da Vida.

– Nem todas as bactérias são organismos que produzem doença. Pelo contrário, nosso organismo é o habitat de um grande número de organismos microscópicos que são vitais para a saúde dos seres humanos – complementa Henrique.

Nós, humanos, como todos os outros seres, estamos em permanente mutação, evolução e interação com o ambiente em que vivemos. Henrique Lins de Barros lembra que somos uma sociedade de diferentes seres vivos que convivem em equilíbrio, um equilíbrio dinâmico, mutável e elástico.

*Thaís Cerqueira é da equipe de Conteúdo do Museu do Amanhã

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.