O Porto do Rio
e a construção da
alma carioca
Chácara dos beneditinos, lugar de cobiça dos corsários franceses, capital da colônia portuguesa, sede de todo o império português, capital da República. Cidade da beleza, do caos, do samba, do empreendedorismo, da criatividade. Durante quatro séculos, a Região Portuária foi termômetro das profundas transformações pelas quais passou o Rio de Janeiro. Centro geográfico de uma metrópole de 12 milhões de habitantes, esse pedaço de terra às margens da Baía de Guanabara nunca esteve tão visível aos cariocas e visitantes.
Desde 2009, quando a prefeitura emplacou um ambicioso plano de restaurar a região - ou parte significativa dela -, foram inúmeras as mudanças vividas por moradores de Caju, Santo Cristo, Gamboa e Saúde. Neste livro digital, o Museu do Amanhã, novo “morador” da região, oferece um passeio histórico ao longo dos mais de 400 anos dessa localidade. Mesmo consciente da impossibilidade de tratar com detalhes uma riquíssima história em um espaço bastante enxuto, o Museu procura dar sua contribuição para a discussão: que amanhã queremos para a Região Portuária?
Boa viagem!
Histórias do Porto
Epicentro de uma região metropolitana com 12 milhões de habitantes, a Região Portuária hoje simboliza encontros de povos, mas suas origens são marcadas por batalhas sangrentas, desembarque de milhares de escravos e por ter abrigado um desabonador cemitério que representou “o holocausto brasileiro” do tráfico negreiro.
Histórias que não podem ser varridas, esquecidas ou soterradas. Viaje aqui pelo Rio dos tempos do Império e pelo ciclo do café. Acompanhe as transformações capitaneadas pelo Barão de Mauá, o surgimento do Porto, no início do século XX, e a construção da Perimetral.
O Porto hoje
Desde 2009, a região vem passando por transformações profundas, capazes de alterar a malha urbana, as relações sociais e atrair investimentos privados. Os novos tempos do Porto tiveram na derrubada do Elevado Perimetral sua expressão mais significativa. A cidade voltou encarar de frente a Baía de Guanabara, por anos divorciada da rotina carioca pelo gigantesco viaduto, e respira ares modernizantes com a volta do transporte sobre trilhos, na figura de um moderno VLT. Mas tradição é tradição, e culturas que floresceram no vaivém da estiva continuam pujantes: blocos carnavalescos nunca foram tão fortes, e a escola de samba nascida no Porto, a Vizinha Faladeira, voltará a desfilar na Marquês de Sapucaí.
Linha do tempo
O Futuro
O físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) costumava dizer que fazer previsões para o futuro é algo muitíssimo arriscado e que as únicas certezas que temos são os imprevistos. Embora evitem traçar planos mirabolantes, moradores da Região Portuária não se furtaram a manifestar como veem seus bairros daqui a 50 anos. Num exercício de imaginação, temperado com boa dose de otimismo, eles esperam dias mais solidários, com maior oferta de saúde, transporte, lazer, educação e emprego. Querem se manter no Porto, a despeito da valorização dos imóveis - já que aqui estão suas raízes.
Sabem que o futuro está sendo construído. Por cada morador. Hoje, agora. Nas palavras de Tia Lúcia, moradora do Morro do Pinto, uma cidade melhor não será erguida apenas com ações de governos:
- Nenhum governo, nenhum prefeito, ninguém vai ser capaz de fazer tudo sozinho. Nosso futuro depende de luta, muito sofrimento, muita dor. Quero voltar a sentir o cheiro de perfume que a cidade exalava quando eu tinha sete anos.
Mapa
"O Porto do Rio e a construção da alma carioca” é uma publicação da Gerência de Conteúdo do Museu do Amanhã - Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG)"
Curador: Luiz Alberto Oliveira
Gerente: Leonardo Menezes
Editor: Emanuel Alencar
Redator: Eduardo Carvalho
Estagiária: Thaís Cerqueira
Textos e pesquisa: Eduardo Carvalho e Emanuel Alencar
Fotos: Marcos Tristão
Vídeos: Monclar Filmes
Programação e layout: 32 Bits
IDG
Diretor Geral: Ricardo Piquet
Curador: Luiz Alberto Oliveira
Desenvolvimento de Públicos: Alexandre Fernandes
Operações e Finanças: Henrique Oliveira
Planejamento e Gestão: Vinícius Capillé
Agradecimentos:
Armando Ivo de Carvalho Abreu
Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro
Arquivo Nacional
Augusto Ivan
Carlos Eduardo de Oliveira
Cezar Honorato
Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP)
Companhia Docas
Eduarda Mafra
Fundação Biblioteca Nacional
Instituto Pereira Passos
João Rabha
Laura Taves
Leonardo Guelman
Luiz Antônio Simas
Marinha do Brasil
Milton Guran
Milton Teixeira
Paulo Knauss
Referências Bibliográficas
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SOARES, Carlos Eugênio Líbano. Porto de Memórias – Pequena África. 1ª edição. Rio de Janeiro: Biz Cultural, 2014
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Publicado em 13 de abril de 2016.
