A presença feminina na Ciência | Museu do Amanhã

A presença feminina na Ciência - Homenagem a Niède Guidon

Observatório do Amanhã
Início: 
quinta, 07 de junho de 2018
Término: 
quinta, 07 de junho de 2018
Local:
Auditório do Museu do Amanhã
Horário:
qui 14h-18h

A teoria mais difundida sobre o povoamento das Américas dizia que os primeiros humanos teriam chegado ao continente pelo Estreito de Bering, entre a Rússia e os Estados Unidos, por volta de 12 mil anos atrás. A arqueóloga brasileira Niède Guidon, porém, encontrou no Piauí vestígios de fogões primitivos e utensílios de pedra lascada (material lítico) utilizados por caçadores há mais de 100 mil anos. Esses vestígios de presença humana foram descobertos em escavações arqueológicas feitas principalmente junto a abrigos rochosos naturais com muitas pinturas rupestres, no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO. Em reconhecimento ao seu trabalho, no dia 7 de junho, o Museu do Amanhã receberá a arqueóloga para uma homenagem às mulheres na ciência. A presença feminina na Ciência - Homenagem a Niède Guidon, acontece das 14h às 18h, aqui no nosso Auditório.

Niéde chegou ao Piauí em 1973, enquanto pesquisadora do Centre National de La Recherche Scientifique em Paris, e nunca mais saiu da região. Além de sacudir as teorias da arqueologia tradicional, ela fundou o Parque Nacional da Serra da Capivara, um conjunto de chapadas e vales inscrito pela Unesco na lista do Patrimônio Mundial.

Prestes a completar 40 anos, o parque guarda mais de 100 sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres, além de outros vestígios que marcam a presença dos ancestrais. O espaço, atualmente, é administrado pela Fundação Museu do Homem Americano (Fundham), entidade presidida pela arqueóloga.

Guardiã de um grande tesouro, Niéde defende que os primeiros humanos vieram para as Américas parando de ilha em ilha, numa época em que a África estava muito mais próxima e o nível do oceano bem mais baixo.

“No ano passado, foi descoberto no México o esqueleto de uma jovem datado em 17 mil anos e exames mostraram que tinha DNA asiático e africano. Asiáticos teriam vindo pela América do Norte e africanos pelo nordeste do Brasil. Portanto, hoje, tudo está demonstrando que houve várias migrações para a América”, afirma a arqueóloga.

Após a homenagem à arqueóloga-símbolo da Serra da Capivara, haverá debate sobre a presença feminina na ciência. Mediado por Sérgio Brandão, curador internacional da Mostra VerCiência, o evento e contará com as participações de Dimila Mothé, PhD em Paleontologia pelo Museu Nacional/UFRJ, Gabriela Antunes, PhD em Astronomia pelo Observatório Nacional e Maria Leão, doutoranda em Antropologia da Saúde pela UERJ.

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.