Os fluxos que formam a vida | Museu do Amanhã

Os fluxos que formam a vida

Exposição Principal

Por Thais Cerqueira*

O entendimento sobre como funciona a nossa existência em toda a sua grandeza é fundamental para construirmos uma nova relação com o planeta. Aqui na Terra, temos três dimensões do que é o existir: uma dimensão material, uma biológica e uma cognitiva.

A ideia do segundo momento da Exposição Principal do Museu do Amanhã, Terra, é exatamente essa, explorar as dimensões da existência terrestre por meio de três cubos: Matéria, Vida e Pensamento. Cada uma dessas divididas foi organizada numa perspectiva integradora e, ao mesmo tempo, diferenciadora. Explica-se: do lado de fora de cada uma delas vemos sempre aquilo que é comum, e do lado de dentro tudo o que é diverso.

A Terra é azul

O primeiro dos três cubos, o da Matéria, fala do funcionamento do nosso planeta como um sistema material. No lado externo, redescobrimos a Terra com seu azul característico, como o cosmonauta Yuri Gagarin viu há 55 anos, durante o primeiro voo tripulado por um ser humano ao espaço. São imagens surpreendentes de vários pedacinhos de nosso “pálido ponto azul”, capturadas pela Nasa, a agência espacial americana.

No interior estão retratados os “Quatro Oceanos”: continentes, mares, ventos e luz, associados, ditam o ritmo da vida na Terra. Um movimento rítmico e contínuo de tecidos flutuantes – obra do artista americano Daniel Wurtzel – representa o encontro desses quatro fluxos terrestres. A sucessão das estações, fenômeno mais básico do clima, resulta da composição desses quatro movimentos.

Os ritmos do clima

As mudanças no clima vêm comandando o andamento da vida na Terra. Acompanhando o registro fóssil da natureza, temos um quadro de alterações intensas ao longo da existência terrestre, como o desaparecimento e o surgimento de espécies. O curador do Museu do Amanhã, o físico e doutor em Cosmologia, Luiz Alberto Oliveira, destaca a importância do clima:

–  O clima é um dos grandes reguladores da evolução biológica, do desenvolvimento das civilizações, e também do desenvolvimento da cultura humana.

A sucessão das estações tem um certo padrão secular no qual as populações, a agricultura, a economia e as cidades estão adaptados. Entretanto, as pessoas muitas vezes não têm a real noção da influência do clima para a manutenção da vida.

– Estamos vivendo um momento de transição do regime de atividades do clima. Num prazo muito curto teremos que rever uma série de certezas e convicções que tínhamos sobre o funcionamento da natureza – destaca o curador. 

Teremos mais momentos de extremos climáticos, desafiando a capacidade de resiliência de países, principalmente os mais pobres.

– Fortíssimas enchentes e longos períodos de seca, chuvas distribuídas de maneira muito irregular, tudo isso vai afetar a biodiversidade, os sistemas ecológicos, as cidades e a civilização como um todo – completa.

*Thaís Cerqueira é estagiária da Gerência de Exposições

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.