Pesquisa Amanhãs do Brasil: o valor da natureza | Museu do Amanhã

Como o público do Museu do Amanhã percebe a natureza?

A pesquisa Amanhãs do Brasil: o Valor da Natureza estimulou o público do Museu do Amanhã a refletir sobre o que pensa e sente em relação à natureza e a sua importância para o presente e o futuro do país. Com o patrocínio da EY, esta pesquisa foi realizada entre os meses de agosto e setembro de 2022 com a participação voluntária de 925 pessoas, residentes em 179 municípios de 21 estados das cinco regiões do Brasil mais o Distrito Federal, além de 8 outros países. Esta amostra, fundamentada através de um questionário de 50 perguntas,  representa a percepção do público do Museu do Amanhã com uma margem de erro de 3% e um nível de confiança de 95%. Assim, representa as opiniões de mais de 5 milhões de pessoas que já visitaram o museu desde a sua inauguração em dezembro de 2015.

 

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PRINCIPAIS RESULTADOS
 

Não existe definição única sobre o que é a natureza para o público do Museu do Amanhã. Entre as várias definições, a maioria enfatiza valores intrínsecos, em que a natureza tem valor por si só, seguido  por valores instrumentais,  em que a natureza é valorizada a partir dos benefícios que proporciona às pessoas, e por último, valores relacionais, que emergem da interação entre o ser humano e os outros integrantes não-humanos da natureza.

Em uma pergunta aberta, os visitantes foram convidados a definir o que é a natureza. A diversidade de visões nas respostas mostra que não existe apenas uma definição a respeito. No entanto, é possível agrupá-las em três categorias utilizando o Nature Futures Framework, do IPBES - Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

A maioria dos visitantes define a natureza pelo seu valor intrínseco, citando principalmente que a natureza é “vida” e é tudo o que existe “sem a interferência humana”. A segunda visão de valor da natureza mais citada foi o instrumental. Entre as referências mais citadas  estão que a natureza é a “fonte da vida” e “fonte de sobrevivência” dos seres humanos. Por fim, a terceira visão de valor da natureza foi o relacional. Entre as referências mais citadas aparece que todos nós “somos natureza”, que a natureza é um ambiente em que todos os seres vivos vivem integrados.  Em todas as visões mencionadas, as palavras mais citadas na definição do que é a natureza foram “vida” e “tudo”, demonstrando uma percepção de integração.

De maneira complementar, em uma pergunta fechada, 86% dos visitantes concordam que a natureza não é entendida de maneira igual entre todos os povos e culturas.

Existe uma contradição na percepção dos visitantes do Museu do Amanhã sobre a relação entre os seres humanos e a natureza. Quando descreve espontaneamente o que é a natureza, o público não se inclui nesta descrição. No entanto, quando perguntados diretamente se os seres humanos fazem parte da natureza, a maioria do público afirma que sim.

97% dos visitantes afirmam que fazem parte da natureza e 92,4% afirmam que todos os seres humanos fazem parte dela. Se em pergunta fechada a grande maioria afirma haver esta conexão entre os seres humanos e a natureza, quando são questionados em uma pergunta aberta, a maioria não menciona esta relação em suas respostas espontâneas.

Mares, praias, florestas e cachoeiras são os principais ambientes onde o público do Museu do Amanhã se sente imerso na natureza. 

Ao definir o local onde se sentem mais imersos na natureza, em uma pergunta aberta, os locais mais citados pelos visitantes foram o mar (12%), praias (10,1%), florestas (9,8%) e cachoeiras (4,9%).

A grande maioria do público do Museu do Amanhã afirma que a imersão na natureza desperta bons sentimentos, entre os mais citados estão a paz, a alegria e a tranquilidade.

Em uma pergunta fechada, cerca de 99% do público aponta que se sente bem quando está imerso na natureza. Quando questionados em uma pergunta aberta quais sentimentos o contato com a natureza desperta, aqueles que apontaram terem bons sentimentos mencionaram, principalmente, a paz (18%), seguido por alegria e tranquilidade (7% cada), amor e felicidade (5% cada), e em seguida liberdade (4%). 

Os visitantes do Museu do Amanhã acreditam que os ambientes onde se sentem mais imersos na natureza estarão degradados em 2030, mas que eles poderão ser recuperados.

Em uma pergunta fechada, cerca de metade do público do Museu do Amanhã, 48%, acredita que o ambiente onde se sente mais imerso na natureza estará degradado em 2030, mas que ele poderá ser recuperado. Já 39% acreditam que ele estará preservado, mas ameaçado. Em menores números, 9% dos entrevistados acham que estará preservado e protegido contra ameaças, enquanto 4% apontaram que este ambiente estará degradado e não poderá ser recuperado em 2030.

Tristeza é o principal sentimento que o público do Museu do Amanhã sente ao pensar como estarão, em 2030, os ambientes em que se sentem imersos na natureza. Em seguida, os sentimentos mais mencionados foram a vontade de participar ativamente da mudança da qualidade destes ambientes e a impotência diante de seu estado de degradação.

Em uma pergunta fechada, os visitantes definiram três sentimentos quando pensam como o ambiente em que mais se sentem imersos na natureza ficará em 2030. O principal é a tristeza (49%), seguido da vontade de participar ativamente desta mudança (47%), impotência (34%), medo (31%), revolta (26%), confiança (13%), raiva (8%), felicidade (6%) e contentamento (5%) e outros (2%), como conforto, desalento, desesperança, dor e limitação. 

O público do Museu do Amanhã quer ter mais contato com a natureza, seja entre aqueles que acreditam que já têm contato frequente, os que têm pouco ou os que não têm nenhum contato.

Em uma pergunta fechada, 55% do público afirma que têm contato frequente com a natureza e gostaria de ter mais, 44% que têm pouco contato e gostariam de ter mais, e 2% não têm contato e gostariam de ter mais.

As melhores lembranças do público do Museu do Amanhã em relação ao seu contato com a natureza incluem principalmente locais, como o mar,  seguido de atividades, como trilhas, e por último, sensações, como paz.

Em uma pergunta aberta, os visitantes apontaram qual é a melhor lembrança que eles têm em imersão com a natureza. As respostas foram variadas, onde locais ou dias específicos foram os mais citados, seguido por atividades e sentimentos gerados com esta imersão. 

Os que definiram locais específicos, apontaram, principalmente, o mar. Entre as atividades, fazer trilhas foi o mais mencionado. Entre os sentimentos, o principal é a paz. 

Para os visitantes do Museu do Amanhã, todos os biomas e os ambientes costeiros e marinhos brasileiros estarão degradados em 2030, mas poderão ser recuperados. Para eles, a população  e o governo são a principal ameaça para a natureza no país.

67% do público acredita que a Amazônia estará degradada em 2030, no qual 55% dizem que ela poderá ser recuperada e 12% acham que não poderá ser recuperada. 

64% afirmam que a Caatinga estará degradada em 2030, no qual 50% dizem que ela poderá ser recuperada e 14% acham que não poderá ser recuperada. 

67% apontam que o Cerrado estará degradado em 2030, no qual 53% dizem que ele poderá ser recuperado e 14% acham que não poderá ser recuperado. 

69% defendem que a Mata Atlântica estará degradada em 2030, no qual 51% dizem que ela poderá ser recuperada e 18% acham que não poderá ser recuperada. 

48% acreditam que o Pampa estará degradado em 2030, no qual 40% dizem que ele poderá ser recuperado e 8% acham que não poderá ser recuperado. 

62% declaram que o Pantanal estará degradado em 2030, no qual 48% dizem que ele poderá ser recuperado e 14% acham que não poderá ser recuperado. 

65% alegam que os ambientes costeiros e marinhos estarão degradados em 2030, no qual 50% dizem que eles poderão ser recuperados e 15% acham que não poderão ser recuperados.

Para o público, os seres humanos e o governo são as principais ameaças para a natureza do Brasil.

A maioria do público do Museu do Amanhã acredita que os governantes e a sociedade não levam em consideração os povos indígenas e tradicionais ao pensarem em medidas voltadas à preservação da natureza

82,6% dos visitantes apontaram que, quando pensam em medidas voltadas à preservação da natureza, os governantes e a sociedade não levam em consideração os povos indígenas e tradicionais.

O público do Museu do Amanhã defende que a boa conservação dos biomas e a qualidade de vida dos brasileiros têm relação. Para os visitantes, o avanço da degradação dos biomas levará à deterioração da qualidade de vida dos brasileiros

 93% dos visitantes acreditam que a boa conservação dos biomas e a qualidade de vida dos brasileiros têm relação, pois os seres humanos e a natureza possuem vínculo de dependência, onde a garantia da vida humana, depende diretamente da conservação dos ecossistemas e da interdependência humano - natureza da qual fazemos parte. 

Além desta relação simbiótica com a natureza, o público também apontou como a degradação afetará os recursos naturais, principalmente a qualidade do ar e da água. Por último, apontou sobre a sua consequência para o futuro do país, com as mudanças climáticas gerando eventos extremos, como os desastres naturais, desequilíbrio do clima  e surgimento de novas doenças.

Para os visitantes do Museu do Amanhã, a natureza deve ter seus direitos assegurados contra a ação predatória da população

97% do público acredita que a vida das outras espécies e dos ecossistemas deveriam ter seus direitos assegurados contra os impactos das ações humanas e das atividades econômicas.

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.