A edição 2025 do Lab de Ideias reafirma o laboratório como um espaço de escuta, experimentação e construção coletiva, onde ideias nascem a partir dos territórios e retornam a eles como propostas concretas de transformação. Ao longo de todo o ciclo formativo, os participantes foram convidados a investigar suas realidades, reconhecer potências locais e desenvolver projetos que articulam cultura, tecnologia, memória, cuidado e inovação social.
Os projetos apresentados a seguir refletem a diversidade de trajetórias, linguagens e urgências que atravessam diferentes bairros e comunidades do Rio de Janeiro. São iniciativas que partem da experiência vivida para propor soluções enraizadas no cotidiano, valorizando o engajamento comunitário, o fortalecimento de vínculos, a democratização do acesso à cultura, arte e tecnologia:
Ana Eduarda
Criou uma moeda social digital que valoriza o engajamento comunitário em Padre Miguel, transformando a participação em ações coletivas em créditos trocáveis por benefícios no território. Mais do que um meio de troca, a moeda atua como símbolo de pertencimento e fortalecimento dos vínculos comunitários.
Aponem
Promove dias de coleta comunitária que fortalecem a consciência política sobre quem sustenta a reciclagem nas cidades. Por meio de oficinas de conscientização ambiental e técnicas de adereçaria sustentável, transforma resíduos em objetos e soluções úteis, politizando o cuidado com o território, estimulando a autonomia e afirmando a criatividade popular como ferramenta de transformação.
Bruno Pimenta
Pensou uma plataforma de curso acessado pelo WhatsApp, criado para facilitar o aprendizado de pessoas com dificuldades tecnológicas e financeiras. Desenvolvido por jovens para jovens — com destaque para Bruno, de Mesquita — utiliza uma linguagem próxima das realidades cotidianas e uma metodologia dinâmica baseada em conversas e testes interativos, tornando o aprendizado mais acessível, direto e engajador.
Cauê Barrios
Idealizado por Cauê Barrios, do Santo Cristo, o projeto Raízes e Ritmos busca resgatar memórias afro-indígenas e dar novo significado à Praça da Harmonia. Inspirado em feiras tradicionais como a Praça XV e a Glória, articula cultura, comércio e comunidade para valorizar nossas raízes e constituir um espaço vivo de identidade e convivência.
Gabriel Santana
O projeto parte da ideia de que é na infância que se formam os primeiros acessos à cultura e à imaginação. Cria uma rede de apoio para famílias com pouco tempo e recursos, oferecendo oficinas e ações comunitárias, além de um site que organiza informações e calendário, ampliando o acesso e fortalecendo vínculos culturais no território.
Iaguara
Criou um projeto de mapeamento e preservação das memórias das comunidades indígenas do Morro do Juramento. A iniciativa valoriza narrativas periféricas historicamente silenciadas e forma jovens como agentes culturais, fortalecendo identidades e enfrentando o apagamento histórico. Partindo de uma identidade marcada pela perda e pela exclusão, o projeto busca recuperar a força de existir, reivindicar direitos e reconstruir o cuidado entre gerações, reatando os vínculos entre jovens e adultos por meio da memória, da escuta e da transmissão de saberes.
Jéssica Carolina
A Baixada convive com a falta de acesso às artes, marcada pela ausência de informação e por barreiras financeiras, enquanto a publicidade evidencia desigualdades no acesso à cultura. Jessica idealiza o Baixada Cria para mudar esse cenário: um projeto da Baixada para a Baixada, com olhar e linguagem locais, que democratiza o acesso à cultura, dá visibilidade aos talentos do território e fortalece a juventude para além das redes sociais
Kelly Klayn
O projeto propõe canteiros miçangueiros onde mulheres e plantas se cultivam mutuamente. A partir da criação coletiva de miçangas inspiradas em espécies ameaçadas e de decisões compartilhadas sobre planejamento e exposição, as intervenções de arte-ativismo transformam espaços degradados, revelando práticas gambiarrísticas, cuidado coletivo e estratégias sensíveis de sustentar a vida no presente.
Larissa Vieira
O projeto Herança em Foco promove formação e produção audiovisual para capacitar jovens do território a se tornarem protagonistas na documentação e valorização da história do Estácio, barro na central do Rio de Janeiro.. Ao reconhecer esses jovens como percussores da memória local, o projeto fortalece o reconhecimento comunitário e estimula que participantes já envolvidos em movimentos culturais — como rap, samba, teatro e circo — se afirmem como agentes culturais e referências de valorização identitária.
Luan de Brito
A iniciativa Jiu-Jitsu para Transformação é um projeto esportivo que utiliza o esporte como ferramenta de desenvolvimento físico, disciplina, autonomia e fortalecimento coletivo, promovendo inclusão, pertencimento e transformação social no território.
Vinicyus Mascarenhas
Criou o FoodFavela uma plataforma que conecta empreendedores locais e entregadores aos moradores, fortalecendo o comércio de proximidade e promovendo segurança, conforto e acessibilidade. Ao inserir a comunidade na era digital, a iniciativa enfrenta contextos históricos de exclusão e transforma a forma como a comunidade Cesar Maia e outros territórios se relacionam, oferecendo uma solução concreta, capaz de gerar impacto real na vida das pessoas.
Vitor Santos
O “SEJA CRIANÇA”, com a missão “Resgatando a Infância, Transformando o Futuro”, é um hub de acolhimento dedicado a jovens que amadureceram precocemente. O projeto busca resgatar experiências fundamentais da infância, desenvolver habilidades socioemocionais e redirecionar esses jovens para oportunidades educativas e culturais, fortalecendo seus caminhos de desenvolvimento e pertencimento.
Vivian dos Santos
Criou o “Lab Artístico da Zona Norte” voltado a jovens que produzem arte, mas ainda não reconhecem as oportunidades que ela pode oferecer nem a compreendem como um caminho possível para além do hobby. Surge para ampliar a visão crítica de jovens que ainda não se identificam como artistas, respondendo a uma necessidade urgente de oferecer referências, estrutura e clareza. Trata-se de um laboratório artístico da Zona Norte, comprometido com a formação, o reconhecimento e a projeção de novos talentos.
Yasmin Rocha
O projeto articula no Caju, esporte e cuidado comunitário a partir de atividades com crianças da comunidade, desenvolvidas em parceria familiar. A iniciativa se conecta a projetos sociais, rodas de conversa e à organização de eventos culturais no bairro, fortalecendo vínculos, estimulando a participação coletiva e promovendo o desenvolvimento integral das crianças no território.