A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), este ano em Belém, não é apenas um encontro diplomático: é um chamado urgente que nos convoca a ocupar o debate climático, não como visitantes, mas como sujeitos políticos. Frente a essa responsabilidade, o Museu do Amanhã fez um gesto de reforço: deslocar a conversa para o espaço público e democratizar o acesso às urgências do nosso tempo.
A Ocupação Esquenta COP é um gesto político que transforma o Museu do Amanhã em uma plataforma de escuta ativa, de fricção entre saberes diversos e de convivência entre ciência, espiritualidade, ancestralidade e arte. De julho a novembro, seis exposições e dezenas de atividades formativas integram uma programação potente. Diante da crise climática, o Museu do Amanhã entende que é preciso mais que dados: é preciso fazer sentir os acontecimentos para mobilizar uma mudança real dos modos coletivos de existência.
Assim, o Museu do Amanhã se deixa atravessar por essa ocupação do público e seus convidados e se torna um organismo sensível de criação compartilhada, afirmando sua função social como espaço de impulso à cultura e inovação. Participar da Ocupação Esquenta COP é compor, junto, um outro amanhã. Um amanhã que não é promessa, mas processo. Que não é espetáculo, mas presença. Que não se anuncia pronto, mas se configura no coletivo — nas mãos, nos afetos, nas alianças.
A partir de 18 de julho, três novas exposições ocupam o museu:
Claudia Andujar e seu universo: Sustentabilidade, Ciência e Espiritualidade
curadoria Paulo Herkenhoff
Nesta exposição, a ciência se abre ao diálogo com múltiplos saberes — formais e informais, tudo sobre o olhar fenomenal de um grande nome da fotografia e do ativismo, Claudia Andujar. A sustentabilidade é abordada para além daquilo que conhecemos: ela ganha uma dimensão filosófica, atravessando o indivíduo, a sociedade e o planeta.
A narrativa construída para a mostra reúne biologia, física, química e diferentes cosmologias. Ao trazer a cosmologia para o centro do debate, abrimos espaço para refletir também sobre a espiritualidade — em suas diversas expressões — e sobre as origens e conexões entre tudo o que existe.
Água Pantanal Fogo
curadoria Eder Chiodetto
O Pantanal, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera, ganha protagonismo no Museu do Amanhã. Temos a honra de apresentar ao público esta exposição, que reúne imagens de dois renomados fotodocumentaristas brasileiros: Lalo de Almeida e Luciano Candisani.
Lalo documenta a devastação provocada pelo fogo que consumiu o bioma em 2020, ano marcado por um número recorde de queimadas. Já Luciano revela a presença vital da água em diferentes formas e superfícies, captadas durante o período de cheia na região. Água e fogo se entrelaçam nesta mostra, convidando o visitante a contemplar o Pantanal por meio de narrativas visuais profundas e sensíveis.
Tromba d’água
curadoria Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera
Qual é a força e a potência das águas? É com essa pergunta que o Instituto Artistas Latinas convida o público a mergulhar na mostra que reúne obras de 14 artistas mulheres latino-americanas. A exposição propõe reflexões sobre espiritualidade, ancestralidade e a conexão entre o feminino e a natureza, por meio de diferentes linguagens artísticas. Participam artistas do Brasil, Guatemala e Argentina, apresentando uma diversidade de perspectivas e vivências. São elas:
Alice Yura - Azizi Cypriano - Guilhermina Augusti - Jeane Terra - Luna Bastos - Marcela Cantuária - Mariana Rocha - Rafaela Kennedy - Roberta Holiday - Rosana Paulino - Suzana Queiroga - Thais Iroko - Marilyn Boror Bor (Guatemala) - Natália Forcada (Argentina)
Por meio de pinturas, fotografias e videoarte, a mostra propõe um espaço para contar histórias e discutir questões sociais e de gênero que atravessam a realidade latino-americana. O projeto também oferece atividades educativas voltadas ao público, conduzidas por convidados do Instituto Artistas Latinas, com o objetivo de ampliar o diálogo e promover a troca de saberes.