Amanhã de histórias: Conexão Guanabara-Amazônia
ATENÇÃO: Devido à alta de casos de Covid-19 na cidade do Rio de Janeiro, esta atividade foi adiada. Uma nova data para sua realização será informada em breve.
Em referência ao Dia da Baía de Guanabara (18/01), o líder indígena Carlos Tukano compartilhará conosco o mito da Cobra Canoa, conectando a Guanabara com a Amazônia. Abordaremos a narrativa mitológica dos povos originários do Rio Negro como plataforma de divulgação e transmissão oral de conhecimento sobre a concepção da vida.
Sensíveis à celebração do Dia da Baía de Guanabara (18/01) e às discussões que orbitam a exposição Fruturos - Tempos Amazônicos, encontramos no mito da Cobra Canoa a conexão entre a Baía de Guanabara (Lago do Leite) e a Amazônia (em especial, o Rio Negro).
As mitologias Desana e Tukano (Amazonas) narram a viagem da Cobra Canoa, um grande ser mítico. Uma embarcação que carrega artefatos transformados em humanos, para relatar a concepção da vida da Humanidade. Esta viagem começa no Lago do Leite, que se conhece hoje como Baía de Guanabara, atravessado o litoral brasileiro até adentrar o terreno pelo Rio Negro e, sem reconhecer fronteiras nacionais talhadas artificialmente, fluir pelas atuais Colômbia e Venezuela. Cada estágio do desenvolvimento da Humanidade – desde a concepção da vida no meio aquoso até a diversidade linguística e cultural – é marcado pela estadia da Cobra Canoa em Maloca da Transformação ao largo desta grande trajetória.
Transmitidas majoritariamente por tradição oral, as narrativas Desana e Tukano do mito da Cobra Canoa evidenciam traços compartilhados com a cientificidade hegemônica sobre a concepção da vida a partir da água (meio por onde submergem e trafegam a Cobra Canoa e seus tripulantes, a gente-peixe). O compartilhamento do mito por meio da contação de histórias sublinha a relevância da oralidade como canal de transmissão de conhecimento.
CONVIDADO
Cacique Carlos Doethyró Tukano
Nascido na Aldeia Pari-Cachoeira em São Gabriel da Cachoeira, no Estado do Amazonas, é natural da etnia Tukano. Vem lutando e acompanhando o movimento indígena há três décadas. Trabalhou com projetos de benefícios direcionados na articulação política, sócio-cultural e tradicional das etnias residentes e domiciliadas na Calha do Rio Tiquié da Comunidade de Pari-Cachoeira, Terra Indígena Alto Rio Negro (AM), junto às instituições públicas federais, estaduais e municipais, bem como instituições particulares, nacionais e internacionais. Fundador e ex-presidente da Associação Indígena Aldeia Maracanã (AIAM), membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos do Rio de Janeiro e presidente do Conselho Estadual dos Direitos Indígenas do Rio de Janeiro.
A atividade está comprometida com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que prevê 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), clique aqui para saber mais.
Objetivo 4: Assegurar a educação inclusiva, equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos
Objetivo 10: Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles
Objetivo 14: Conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável
Objetivo 15: Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade