Cérebro: nosso senso de ser e existir | Museu do Amanhã

Cérebro: nosso senso de ser e existir

Exposição Principal
O cubo do Pensamento / Foto: Raul Aragão

Por Thaís Cerqueira*

“Somos o Universo se desdobrando. Se desdobrando em matéria; matéria em vida; vida em pensamento”. No último momento da seção Terra, que trata da questão “Quem somos?”, o terceiro cubo apresenta o fenômeno que nos une e, ao mesmo tempo, nos diferencia: o pensamento.  

No lado externo do cubo do Pensamento, painéis de LED mostram imagens de atividades cerebrais. O conteúdo foi especialmente elaborado pela equipe do professor e pesquisador Álvaro Machado Dias, do Laboratório de Neurociências Clínicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a partir de um conjunto de registros cerebrais, entre os quais, uma gravação em alta definição da eletroencefalografia de um casal.

– O objetivo na criação do conteúdo do vídeo, era captarmos uma sequência de sinais nervosos que fosse capaz de revelar algo para as pessoas, em dois níveis: um mais sensorial e imediato, e outro mais profundo – afirma o professor.

Alguém habilitado a decodificar as imagens certamente notará neurônios formando conexões e processando estímulos, setores e o cérebro como um todo. Para os visitantes que não são especialistas no assunto, é possível navegar pelos interativos e descobrir um pouco mais sobre a estrutura e as capacidades do cérebro, como o desenvolvimento da técnica e da linguagem.

Em seu livro “Muito além do nosso eu”, o neurocientista Miguel Nicolelis, um dos consultores do Museu do Amanhã, afirma que o cérebro humano é o responsável pela criação de tudo aquilo que chamamos de realidade, ou seja, é o responsável por criar o mundo a nossa volta. Segundo o texto, “assim como o universo que tanto nos fascina, o cérebro humano também é um escultor relativístico; um habilidoso artesão que delicadamente funde espaço e tempo neuronais num continuum orgânico capaz de criar tudo que somos capazes de ver e sentir como realidade, incluindo nosso próprio senso de ser e existir. ”

Culturas

A proposta do interior do cubo é mostrar que a nossa absoluta igualdade é que somos todos diferentes. O cérebro está sempre reagindo às mudanças do corpo e do ambiente, por isso é o órgão que desenvolve a incrível capacidade humana de se diferenciar por meio das culturas.

O nosso sistema nervoso evoluiu ao longo dos anos, acabamos tendo a capacidade de falar e simbolizar, mas a estrutura cerebral é basicamente igual em todos nós.

– Se um anatomista marciano nos examinasse, iria achar que somos todos clones uns dos outros, pois as diferenças dos nossos sistemas nervosos são insignificantes. No entanto, dessa unidade básica vai ser gerada a mais incrível diversidade de culturas – conta o curador do Museu, o físico Luiz Alberto Oliveira.

Dentro do cubo do Pensamento, o visitante pode conferir com mais de mil fotos, divididas em 40 colunas que retratam diferentes aspectos de nossa vida, sentimentos e ações em todas as partes do mundo. Como pertencemos, celebramos, criamos, disputamos, acreditamos, lembramos, sentimos, amamos, produzimos e recordamos são demonstrados pelas fotografias para fortalecer a importância da diversidade cultural.

– É um labirinto de imagens, para os visitantes irem explorando esses aspectos da variedade humana que provavelmente não tinham visto antes. Ou pelo menos, nunca viram em conjunto – complementa o curador.

*Thaís Cerqueira é da equipe de Conteúdo do Museu do Amanhã

 

O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.