A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), este ano em Belém, não é apenas um encontro diplomático: é um chamado urgente que nos convoca a ocupar o debate climático, não como visitantes, mas como sujeitos políticos. Frente a essa responsabilidade, o Museu do Amanhã fez um gesto de reforço: deslocar a conversa para o espaço público e democratizar o acesso às urgências do nosso tempo.
A Ocupação Esquenta COP é um gesto político que transforma o Museu do Amanhã em uma plataforma de escuta ativa, de fricção entre saberes diversos e de convivência entre ciência, espiritualidade, ancestralidade e arte. De julho a novembro, seis exposições e dezenas de atividades formativas integram uma programação potente. Diante da crise climática, o Museu do Amanhã entende que é preciso mais que dados: é preciso fazer sentir os acontecimentos para mobilizar uma mudança real dos modos coletivos de existência.
a programação completa das atividades está disponível na aba "programação"
novos espaços
Arena - O Clima é de Ação
Com uma programação diversa e gratuita — que inclui espaço audiovisual, rodas de conversa, aulões, palestras, oficinas, apresentações musicais e encontros com convidados —, a Arena Esquenta COP é um território democrático, plural e pulsante, onde o debate climático ganha corpo, voz e presença.
Espaço de Convivência - O Clima Mudou
Na entrada do Museu do Amanhã, o primeiro espelho d’água se transforma em um espaço de convivência, pausa e provocação. Com bancos dispostos em roda, voltados uns para os outros, o ambiente convida ao encontro e ao diálogo entre desconhecidos, curiosos ou aliados de causas comuns.
Frases-instigação sobre a crise climática ativam conversas e reflexões espontâneas, criando um espaço automediado onde o clima é o ponto de partida para novas conexões e escutas compartilhadas.
Aqui, ocupar é também um ato de presença.
Espaço Audiovisual - Territórios de Resistência
Produção audiovisual original com ativistas climáticos brasileiros, trazendo histórias reais e ações concretas que enfrentam os efeitos da crise climática em diferentes territórios.
A atividade aproxima o público das urgências ambientais com empatia e potência transformadora.
destaques:
No dia 21 de agosto, às 16h, o Museu do Amanhã recebe mais uma edição do Papos Quentes, um espaço para conversas essenciais sobre o futuro do planeta.
Desta vez, o tema é a relação vital entre florestas e clima — um diálogo urgente que conecta ciência, povos originários, políticas públicas e sociedade civil. Durante a conversa, vamos refletir sobre como proteger as florestas, mitigar os impactos das mudanças climáticas e fortalecer alianças para um futuro sustentável.
Confira os convidados desta edição:
- Carlos Vicente, Coordenador da IRI Brasil
- Txai Suruí, Liderança indígena do povo Saiter Suruí (RO)
- Paulo Artaxo, Professor da USP
- Alice Pataxó, Liderança indígena e embaixadora WWF-Brasil
- com mediação de Giovanna Nader, do podcast O Tempo Virou
O encontro reúne Paulo Artaxo (professor da USP, membro do IPCC e da Academia Brasileira de Ciências), uma das maiores referências científicas do país; Txai Suruí, jovem liderança indígena do povo Suruí, de Rondônia, reconhecida internacionalmente por sua atuação na defesa da Amazônia; Carlos Vicente, engenheiro florestal e coordenador da Iniciativa Inter-Religiosa pelas Florestas Tropicais no Brasil e Alice Pataxó, liderança indígena, embaixadora WWF-Brasil e eleita pela BBC uma das "100 mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo" em 2022. A mediação será de Giovanna Nader, do podcast O Tempo Virou.
Essa conversa faz parte da Ocupação Esquenta COP, uma programação que une ciência, arte, espiritualidade e ancestralidade em experiências que provocam, tocam e mobilizam.
O futuro das florestas é o futuro do clima. Participe!
exposições
Três novas exposições ocupam o museu:
Claudia Andujar e seu universo: Sustentabilidade, Ciência e Espiritualidade
curadoria Paulo Herkenhoff
Nesta exposição, a ciência se abre ao diálogo com múltiplos saberes — formais e informais, tudo sobre o olhar fenomenal de um grande nome da fotografia e do ativismo, Claudia Andujar. A sustentabilidade é abordada para além daquilo que conhecemos: ela ganha uma dimensão filosófica, atravessando o indivíduo, a sociedade e o planeta.
A narrativa construída para a mostra reúne biologia, física, química e diferentes cosmologias. Ao trazer a cosmologia para o centro do debate, abrimos espaço para refletir também sobre a espiritualidade — em suas diversas expressões — e sobre as origens e conexões entre tudo o que existe.
Água Pantanal Fogo
curadoria Eder Chiodetto
O Pantanal, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera, ganha protagonismo no Museu do Amanhã. Temos a honra de apresentar ao público esta exposição, que reúne imagens de dois renomados fotodocumentaristas brasileiros: Lalo de Almeida e Luciano Candisani.
Lalo documenta a devastação provocada pelo fogo que consumiu o bioma em 2020, ano marcado por um número recorde de queimadas. Já Luciano revela a presença vital da água em diferentes formas e superfícies, captadas durante o período de cheia na região. Água e fogo se entrelaçam nesta mostra, convidando o visitante a contemplar o Pantanal por meio de narrativas visuais profundas e sensíveis.
Tromba d’água
curadoria Ana Carla Soler, Carolina Rodrigues e Francela Carrera
Qual é a força e a potência das águas? É com essa pergunta que o Instituto Artistas Latinas convida o público a mergulhar na mostra que reúne obras de 14 artistas mulheres latino-americanas. A exposição propõe reflexões sobre espiritualidade, ancestralidade e a conexão entre o feminino e a natureza, por meio de diferentes linguagens artísticas. Participam artistas do Brasil, Guatemala e Argentina, apresentando uma diversidade de perspectivas e vivências. São elas:
Alice Yura - Azizi Cypriano - Guilhermina Augusti - Jeane Terra - Luna Bastos - Marcela Cantuária - Mariana Rocha - Rafaela Kennedy - Roberta Holiday - Rosana Paulino - Suzana Queiroga - Thais Iroko - Marilyn Boror Bor (Guatemala) - Natália Forcada (Argentina)
Por meio de pinturas, fotografias e videoarte, a mostra propõe um espaço para contar histórias e discutir questões sociais e de gênero que atravessam a realidade latino-americana. O projeto também oferece atividades educativas voltadas ao público, conduzidas por convidados do Instituto Artistas Latinas, com o objetivo de ampliar o diálogo e promover a troca de saberes.
A Ocupação Esquenta COP é um convite à participação, ao pensamento coletivo e à construção de futuros mais justos e sustentáveis
Conteúdo informativo
Para tornar as discussões sobre a crise climática mais acessíveis, preparamos uma série de conteúdos informativos que explicam esse cenário de forma descomplicada. Acesse para entender como a crise climática nos afeta e o que podemos fazer para enfrentá-la.