O que será o amanhã? | Museu do Amanhã

O que será o amanhã?

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Homem com jaleco e toca de cientista olhando através de um microscópio

Ildeu de Castro Moreira *
Tatiana Roque *

Imaginar um Brasil do século 21 é nosso desafio. É urgente termos projetos para nos inserirmos em um mundo cada vez mais tecnológico e automatizado. Energias renováveis, economias verdes, biologia molecular ou nanotecnologias são áreas cruciais para um novo modelo de desenvolvimento. Todas essas áreas dependem do investimento em ciência, tecnologia e inovação. Além disso, precisamos formar pessoas capazes de colaborar nessas pesquisas de ponta e responder aos desafios de uma sociedade do conhecimento. Nada disso pode ser realizado sem universidades fortes. Em país como o nosso, tampouco essa formação pode ser concebida sem incluir estudantes de diferentes perfis sociais. Por todas essas razões, precisamos manter o investimento público no ensino superior e na pesquisa científica. Na maioria dos países do mundo, essas áreas contam com bastante incentivo de organismos governamentais.

O Brasil construiu, ao longo dos últimos 60 anos, uma sólida infraestrutura de pesquisa em ciência e tecnologia. Nas últimas décadas, incentivou-se também a inovação por meio de políticas públicas que, embora ainda incipientes, apontavam na direção correta de construir uma perspectiva de futuro. Tudo isso está em risco com os atuais cortes no financiamento das universidades públicas, das agências de fomento e dos institutos de C&T. Pesquisas científicas não são como prédios, cuja construção pode ser interrompida e posteriormente retomada sem grandes prejuízos. Laboratórios, equipamentos e pesquisadores qualificados precisam de incentivos e de manutenção permanente. Caso os cortes continuem, corremos o risco de voltar ao passado em algumas décadas. Sem falar nas – ainda incipientes, mas já assustadoras – teorias obscurantistas que circulam em setores da sociedade, que chegam a negar a evolução das espécies ou a defender que a terra é plana. Em pleno século 21!

A vida pensante de nossa cidade precisa mostrar que está ligada nesses movimentos e deseja um novo amanhã, e não mais retrocessos. No próximo sábado, dia 2 de setembro, em frente ao Museu do Amanhã, faremos a 2ª Marcha pela Ciência. A atividade é organizada pela Campanha Conhecimento sem Cortes (www.conhecimentosemcortes.org.br) e pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Haverá música, experiências científicas, planetário inflável e um posto de saúde móvel aberto à população. Iremos às ruas com curiosidade, alegria e criatividade. Apareçam!

Ildeu de Castro Moreira é Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC
Tatiana Roque é Coordenadora da campanha Conhecimento sem Cortes
O Museu do Amanhã é gerido pelo Instituto de Desenvolvimento e Gestão – IDG, e conta com patrocinadores e parcerias que garantem a manutenção e execução dos projetos e programas ao longo do ano. O projeto é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro, concebido em conjunto com a Fundação Roberto Marinho, instituição ligada ao Grupo Globo.